quarta-feira, 23 de abril de 2008

As Festas do Senhor

Há um ambiente de Festa em Ponta Delgada; dão-se os últimos retoques na fachada do Santuário da Esperança e, no interior do templo, os devotos suplicam ao Senhor cura para os seus males e aflições.

É assim há 300 anos. A imagem foi oferecida pelo Papa Paulo III e, mais tarde, madre Teresa da Anunciada, desenvolveu a devoção à imagem do Senhor, Ecce Homo, inculcando-a no coração e na Fé do povo micaelense.

São dias de muita Fé e devoção, dias de súplica e arrependimento, de confraternização e alegria de chegadas e de partidas de emigrantes, de forasteiros.

A Festa do Senhor Santo Cristo, continua a marcar o ciclo da vida deste povo.

Há, porém, sinais visíveis de arrefecimento das convicções religiosas, em favor de um secularismo que não é solução para os problemas e inquietações dos homens, nomeadamente dos jovens.

Neste campo, cabe à Igreja iniciar um diálogo com vista a uma reflexão séria sobre a melhor forma de transmitir e de ser sinal da mensagem evangélica que apela à paz, à justiça, e ao entendimento e amizade entre todos os homens.

Boas Festas.



quarta-feira, 9 de abril de 2008

Lisboa não abre mão da tutela sobre as Forças de Segurança



Carlos César acusou o Governo da República de ceder a pressões de instituições e entidades – que não quis especificar – para não descentralizar competências que seriam fundamentais para a segurança e ordem públicas, tendo, por isso, altas responsabilidades no aumento da criminalidade violenta registada nos Açores.

O presidente do Governo dos Açores, que se encontra de visita oficial a Cabo Verde, reagia assim aos dados divulgados pela Polícia de Segurança Pública e que foram objecto de notícia do jornal “Açoriano Oriental”.

Para Carlos César, as responsabilidades do Governo da República derivam da “pouca atenção que tem dado às regiões autónomas, com consequências visíveis ao nível da evolução da criminalidade em ambos os arquipélagos, no contexto do combate à criminalidade, quer do ponto de vista de meios, quer do ponto de vista de prioridades.”

Aliás, prosseguiu o presidente do Governo, a actual proposta de revisão da Lei de Segurança Interna, aprovada em Conselho de Governo, “ainda não dá uma resposta capaz. E, no domínio da segurança, o Governo da República continua a ceder a pressões provenientes de outras instituições e de outras entidades para não descentralizar para as regiões autónomas competências que seriam fundamentais do ponto de vista das forças de segurança e da ordem pública”.

Ainda assim, Carlos César considera que os dados do Relatório Anual de Segurança Interna de 2007 – conhecidos pelo Governo Regional desde meados de Março passado e agora tornados públicos, em Ponta Delgada, pela PSP – apontam para a concentração em S. Miguel do aumento dos crimes violentos, o que, sendo sempre preocupante, reflecte um fenómeno que abrange ambas as regiões autónomas.

De facto, enquanto o aumento de 90 por cento, nos últimos oito anos, da incidência de crimes violentos, situa os Açores no 11º lugar entre as diversas regiões portuguesas, a Madeira colocou-se numa posição bem pior, ficando no 7º lugar.

E mesmo no que diz respeito à evolução entre 2006 e 2007 em regiões comparáveis por serem ambas isoladas e terem quase o mesmo número de habitantes, os Açores tiveram, nesta tipicidade de crime violento e grave, um aumento de 12,4 por cento, enquanto a Madeira teve de 33,8 por cento.

Revelou o presidente do Governo que, nesse período, se registaram 235 casos nos Açores e 455 na Madeira. (Gacs)

domingo, 6 de abril de 2008

C.César, os independentes e o futuro do PS

O jornal PÚBLICO, na sua edição de hoje, publica um interessante artido sobre o
pensamento de três jovens deputados e dirigentes do PS.
O actual presidente da JS, Pedro Nuno Santos, num momento em que, aqui nos Açores, Carlos César, na sua moção de estratégia ao próximo congresso, defende uma grande abertura aos independentes, afirma: "Há um recurso excessivo aos independentes, passa-se a ideia de que o importante não é estar nos partidos, mas estar por perto". E acrescenta o lider da JS: o recurso excessivo a não militantes "desqualifica o partido". “Para se fazer política tem de se estar dentro dos partidos, ganhar competências políticas (comunicação, liderança, gestão de equipas) e preparar-se para a renovação". Segundo ele, o modelo ideal encontra-se no sistema britânico: "Só os eleitos para o Parlamento podem chegar ao Governo. São os quadros políticos que governam". Os quadros técnicos apenas prestam assessorias.David Martins, outro jovem deputado socialista junta-se ao raciocínio, mas abranda o tom. "Partilho da ideia de que o PS não pode ser barriga de aluguer", tem de "apostar na valorização do militante, e é este input que acho que os jovens podem trazer à política", começa. Mas logo acrescenta que "os partidos também não se podem fechar, têm de fazer pontes com os players, trabalhar com todos para encontrar as melhores soluções". Por isso, "não podemos deixar de incorporar independentes".Aos jovens quadros, Marcos Sá lança um prudente aviso para não se entregarem de corpo e alma aos partidos. "Não vejam isto como agência de emprego, cada um tem de ter a sua carreira, porque uma pessoa, para ser livre num partido, tem de ter uma profissão". É o que ele sempre fez, de modo que, "quando alguma coisa ferir a minha consciência, seguirei o meu caminho autónomo". Quanto aos independentes, não vê qualquer problema: "A entrada de um bom quadro é uma oportunidade para valorizar o PS".

Numa altura em que o PS Açores se prepara para novo congresso, de que sairá vencedor Carlos César, importa saber se esta opção pelo recurso a independentes significa uma secundarização dos dirigentes e militantes socialistas, por falta de recrutamento e de formação de jovens quadros partidários. Há uma insatisfação muda e silenciosa de alguns dirigentes regionais. Embora não denunciem publicamente o que chamam “autismo” de César, na tomada de decisões, interrogam-se se César não estará a transformar a sua maioria de apoio numa espécie de Acção Nacional Popular, de feição e intervenção democráticas.
Apesar disto, Carlos César sabe o muito que vale politicamente e que tem os açorianos do seu lado. Mas a sua liderança forte e musculada, dando a ideia que o Governo e o partido são apenas ele, levanta cada vez mais a questão: E depois de César?
Será que este é também questão que preocupa o actual e futuro presidente do Governo?
César ao deixar o Governo, durante ou no fim da próxima legislatura, preocupar-se-á em manter o PS no poder?
Mota Amaral, ao abandonar o Executivo, pretendeu dar a imagem de desprendimento do poder, quando o cansaço e a exaustão já eram evidentes. Os eleitores do PSD não entenderam nem aceitaram a sua atitude, nem lhe perdoaram o abandono do barco que construíu e de que foi timoneiro incontestado. E depois dele o PSD naufragou.
Oxalá Carlos César aprenda a lição. Caso contrário, o ciclo histórico da Autonomia Regional com o PS cujas marcas de progresso são evidentes, dará lugar a outro novo e longo ciclo político. A dura e penosa experiência dos partidos da oposição não favorece nem a Autonomia nem a livre participação cívica e política.
Os grandes líderes políticos e não só, devotam-se aos outros, mais que a si próprios, têm uma doutrina, fazem Escola e deixam discípulos: Cristo, ...Ghandi, Luther King...
Por isso são reconhecidos como verdadeiros Mestres.
Dos outros, a história encarregar-se-á de apagar a sua memória.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A.J.Jardim versus Estatuto dos Açores

A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade e na generalidade a terceira revisão ao Estatuto Político-Administrativo dos Açores. O texto baixará à comissão para serem introduzidas algumas alterações, mas consagra um reforço do poder legislativo da região e estabelece a prevalência da legislação regional sobre a nacional.
Curiosa, ou talvez não, é a opinião de Alberto João Jardim, que está em congresso no próximo fim de semana. Segundo ele, a aprovação do Estatuto dos Açores, impedirá que a próxima revisão constitucional incida sobre as Autonomias.
Ou será por o futuro estatuto consagrar deveres e obrigações que os políticos madeirenses não pretendem ver aplicados na terra de Jardim, impedindo que o regabofe e a impunidade continuem na chamada pérola do Atlântico?
Por outro lado, não deixa de ser curiosa o entendimento de C.César sobre o poder autonómico e as suas relações com o poder central em matéria de poder local-