Ai Maio, Maio! Vem para a rua!

Ai Maio, Maio, que te enredaste nas malhas dos entendimentos fáceis entre patronato e trabalhadores de que resultaram salários mínimos e aumentos escandalosamente menores que o crescente enriquecimento dos empresários!...
Ai Maio, Maio que acreditaste nas "boas intenções" dos senhores do capital, banqueiros que nos esconderam a sua ganância e os seus instintos dominadores do homem pelo homem!...
Ai Maio, Maio que te postaste nos balcões dos bancos pedindo capital e juros em troca de uma qualidade de vida que não chegou a haver...
Ai Maio, Maio que confiaste nos senhores poderosos pensando que a consciência deles se havia convertido à justiça, à solidariedade e ao cuidado pelos mais pobres e desfavorecidos...
Acorda Maio! Vem para a rua clamar por liberdade, democracia, igualdade, justiça, fraternidade, trabalho e salários dignos!
"Traz outro amigo também": Abril, Junho, Julho, todos os meses do ano e todos os trabalhadores feridos na sua dignidade por gente que só cuida do seu nome, do seu dinheiro, do seu orgulho da sua presunção e espezinha outros homens também eles cidadãos do mundo.
Acorda Maio! Já é o dia 1 e não há tempo a perder. A revolução é todos os dias!

Vicente J.Silva desconhece as Ilhas

Acabo de assistir ao segundo episódio de Ilhas Desconhecidas, realizado por Vicente Jorge Silva. Fiquei desiludido, até porque o trabalho foi altamente patrocinado pelo Governo Regional dos Açores.
VJS não trouxe nada de novo, antes tratou o tema de forma pouco cuidada: imagens sem qualidade, momentos mortos sem qualquer explicação, informações erradas (o aeroporto do Pico encerrado ao domingo) entrevistas demasiado longas ( a violista estrangeira) e ainda houve tempo para mostrar um cemitério de automóveis coberto de flores, como se a ilha estivesse ao abandono. Até a abordagem à baleação, por repetitiva, foi mais que banal...
Documentários destes desprestigiam não só quem os faz, mas quem os patrocina e não cativa os telespectadores, potenciais visitantes destas "Ilhas desconhecidas".
Sinceramente, o seriado de VJS não trouxe nada de novo, antes pelo contrário. Foi do pior que tenho visto.
Estou mesmo convencido que ele próprio desconhece as ilhas que Raúl Brandão nos anos 30 divulgou e bem! junto do público português, com uma obra digna do melhor que tem a nossa literatura de viagens.

A solução "ética" de Berta Cabral

Maria do Céu Patrão Neves é a escolha de Berta Cabral para preencher o (6º.)lugar da paridade na lista de M.Ferreira Leite, preterindo o "euro-trabalhador" Duarte Freitas.
Maria do Céu Patrão Neves (MCPN) é professora de ética da Univ. dos Açores e foi mandatária de Cavaco Silva.
Será a representante dos Açores nas discussões sobre quotas leiteiras, ZEE, ultraperiferia, etc.
Não sei se MCPN conhece bem os Açores, cada uma das ilhas, o pensar e o falar dos açorianos, a sua cultura, a sua identidade. Mas isso não importa. Afinal, ela não vai para o Parlamento falar disso, em primeira análise. Ela vai exercer, em primeira instância, o direito de cidadania. O resto aprende-se lá. Tem 5 anos para o fazer e relatório após relatório, e com a ajuda de Duarte Freitas que passa para o gabinete de estudos do PSD, saberá levar a carta a garcia.
MCPN e o PSD-Açores de Berta Cabral jogam nas europeias um grande trunfo: acima de tudo, neste momento de crise, a Ética sobrepôr-se-á às quotas, à lavoura, às pescas, à ZEE e à ultra-periferia.
Os eurodeputados reconhecerão que os Açores terão de ser apoiados na sua economia, porque enviaram para Bruxelas uma consultora em questões de ética, do Presidente da República, uma académica que só pretende exercer no Parlamento Europeu, a cidadania...
E isso não é eticamente correcto?

Os Açores sempre nas rotas

Década de 60, doca de Ponta Delgada. O paquete transatlântico "Independence" escala o Porto de Ponta Delgada, nas suas habituais viagens entre a Europa e os Estados Unidos - Nova Iorque. A bordo seguem passageiros, entre os quais alguns açorianos que, ou emigram para os EUA ou de lá vêm visitar as ilhas açorianas.19 de Abril de 2009 - O Independence of the seas, escala as portas do mar - Ponta Delgada, com cerca de 3000 turistas a bordo.Bem perto do Independence of the seas, encontra-se um iate à vela, com pavilhão da Bermuda, onde viaja um descendente de um emigrante açoriano.

Caminhos cruzados neste Oceâno Atlântico, onde os Açores continuam a estar na rota dos dois mais importantes continentes.