segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Resistentes das Ilhas

Estamos em nove ilhas do Atlântico Norte por amor ao mar, ao céu e ao vento que nos fustigam a alma e alimentam a nossa saudade.
Um dia partiram, um, dois, três mais...e mais tarde muitos mais...e depois outros e mais outros, para terras distantes.
Aí ficámos ao relento, comemos o frio da noite e das montanhas e bebemos o sofrimento com o sabor amargo da vitória em terras da estranja.
Ainda aqui estamos, donos e senhores das Ilhas, terra pouca, mar tremendo, olhando o barco e o avião que passam para ocidente.
Enquanto a paz durar e os sinos cantarem a chegada da festa da Vida.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Lira Açoriana -sucesso em Coimbra e Leiria

A Orquestra Regional LIRA AÇORINA, efectuou sexta-feira no Teatro Gil Vicente, em Coimbra e sábado no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, dois concertos memoráveis.
Sob regência do Maestro António Melo, os 102 elementos da Lira, residentes em todas as ilhas, demonstraram que a qualidade não é só apanágio das Bandas e Philarmonias das capitais. Podemos ombrerar com o que de melhor se faz neste país, sobretudo por se tratar de tocadores jovens - o mais novo tem 14 anos.
De grande qualidade artística e musical foi a peça Arquipélago do compositor e intérprete Antero Ávila, que revela com perfeição o domínio técnico dos instrumentos e narra o nascimento das ilhas e a sua constante exposição aos elementos da natureza. Antero Ávila é, na verdade, um compositor de elevada qualidade e esta obra guinda-o à galeria dos melhores músicos e compositores açorianos. Merece público reconhecimento.
Helder Bettencourt, outro picoense, com o arranjo sobre quatro temas do folclore regional, demonstrou igualmente que nos Açores e na Ilha do Pico, há tocadores, maestros e bandas de grande qualidade.
Esta deslocação deve ser o prenúncio de outras deslocações ao continente. Ganham as "nove ilhas e uma só música" e ganham os Açores promovendo o que de melhor têm.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Cavaco continua centralista

Cavaco Silva visitou quatro ilhas, viu, ouviu e, ao contrário de todos os partidos parlamentares, disse que a autonomia estava como estava, que não eram necessários mais poderes.
De imediato C.César ainda comentou que o Presidente da República tinha razão.
Depois, deu o dito por não dito, e reafirmou a necessidade da ampliação dos poderes autonómicos.
Alberto João Jardim, "tocado" pelo centralismo de C.S. veio defender a sua dama - a autonomia.
A frente insular, beliscada pelo conhecido centralismo de Cavaco, parece manter-se. Oxalá perdure pois pode ser necessária para fazer frente ao inquilino de Belém na hora da aprovação do novo Estatuto.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Cavaco: As Autonomias têm competências bastantes

O Presidente da República manifestou hoje na ALRA a sua velha costela centralista. Após reconhecer que cabe aos deputados regionais e à Assembleia da República ditarem as regras das Autonomias, afirmou que estas não precisam de mais competências, antes de pôr em prática políticas e competências já consagradas. ( Não tirem mais poderes ao representantes da república para ele exercer as suas competências...)
C.Silva foi mesmo ao ponto de propôr o aprofundamento do relacionamento entre as autonomias e o Estado. De cá para lá, pois no sentido inverso há uma compreensão absoluta do auto-governo...quem nos dera!!!
Não houve, portanto evolução no pensamento cavaquista, pese embora as referências a Antero, Natália, Nemésio...que só serviram para revelar que ele também conhece os ícons literários que qualquer português conhece...
Cavaco veio ver e realçar o que está feito, mas a sua preocupação foi, sobretudo, afirmar a unidade do estado e a sua magistratura, sinal de que no seu sub-consciente a unidade nacional pode estar em perigo. Não referiu ele que as autonomias nunca tiveram qualquer conflito grave com o Estado? Por que o terá referido se o problema não se coloca? receio do separatismo?
Cavaco, Presidente da República, pretendeu afirmar nos Açores, perante o país, que cumpre os seus propósitos, pensando já na sua reeleição. O resto, a compreensão da insularidade, da ultraperiferia, da dificuldade de meios humanos e materiais para realizar a justiça e a igualdade entre TODOS OS PORTUGUESES, nomeadamente os PORTUGUESES DOS AÇORES, isso não compreende o Presidente, porque não vive.
Cavaco é palaciano, desloca-se, pontualmente, do palácio de Belém ao país real, mas este não sente que ele percebe como vive o povo.
Quem é que disse durante a visita: "podeis provar a aguardente do Pico pois temos conosco uma equipa do INEM?"
Este é um Presidente distante, bem resguardado, protegido do contacto e do contágio das dificuldades do dia-a-dia... um Presidente esfíngie, cujo coração só se comove na palavra dos discursos.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

César e Jardim entendem-se nas críticas ao Governo da República

"Presidente açoriano acusa Governo de descurar o país devido à presidência da UE
03.10.2007 - 09h02 PUBLICO.PT
Carlos César referiu-se especificamente à falta de atenção às regiões autónomas
O Governo da república estará demasiado ocupado com a presidência da UE e a descurar a governação do país, na opinião do presidente do Governo Regional dos Açores, o socialista Carlos César.
O presidente do executivo açoriano, citado pela rádio TSF, considera ainda que o país está a ser governado por um subsistema de ministros sem peso político e de directores-gerais que não representam necessariamente a linha política do Governo nacional, nomeadamente no que respeita às regiões autónomas dos Açores e da Madeira.Carlos César fez estas afirmações ontem à noite no Funchal, onde se encontra para participar na XIII Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia. E justificou-as com o forte envolvimento do primeiro-ministro, José Sócrates, e dos seus principais ministros na presidência portuguesa da UE, que se iniciou em Julho e vai até ao fim de Dezembro.Na ocasião, César estava reunido com o presidente da Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim, que disse que as duas reigiões estão agora em união de facto. "Foi um namoro de doze anos, doze anos a namorar, a mandar pérolas um ao outro", disse Jardim. "E agora passou-se, não propriamente a um casamento, [mas a uma] união de facto política", rematou o presidente açoriano.
Porta-voz do PS não concorda
O deputado do PS Vitalino Canas, porta-voz do partido, disse por seu lado à TSF que de facto este “é um momento com uma agenda muito exigente” para o Governo nos planos externo e interno, mas considera que a governação do país não tem sido descurada.Lembrou algumas reformas recentes no país e considerou que não há razões para pensar que o Governo não esteja a cumprir a sua missão em qualquer destas duas frentes.Vitalino Canas ressalvou também que não sabia se Carlos César se estaria a referir a algum aspecto concreto que tivesse detectado."
(jornal Público.online.pt)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Os Lares de idosos precisam de ser fiscalizados

Há dias um artigo publicado no semanário Terra Nostra denunciava a falta de pessoal e os maus cuidados prestados a utentes do Lar da Levada, pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada. Tenho informação de fonte médica que o mesmo se passa noutras instituições do género, sobretudo por falta de pessoal de enfermagem.
O Governo é a entidade pública que distribui verbas pelas IPSS, importa, pois que fiscalize a qualidade dos serviços prestados. De contrário pode-se estar a encobrir situações gritantes que não servem os nossos idosos numa etapa da vida que eles merecem seja minimamente penosa e feliz.
O texto, que abaixo transcrevo, do Açoriano Oriental, pode pintar de côr de rosa a realidade dos Lares.
Está a ser apreciado um diploma que visa a criação de uma rede de cuidados continuados e integrados dirigida aos idosos de todas as ilhas
A ideia passa por conferir uma maior articulação e agilização de respostas entre os serviços de Saúde e da Segurança Social através das instituições particulares de solidariedade social.De acordo com a directora regional da Solidariedade e Segurança Social, Andreia Cardoso, esta será a melhor forma de chegar aos idosos mais dependentes, permitindo que estes possam permanecer em casa o maior tempo possível com maior qualidade de vida.É que, entretanto, nos últimos três anos, os idosos açorianos têm vindo a ser assistidos por via da rede destinada a cidadãos com necessidades especiais. Foram criadas equipas multidisciplinares especializadas, pelo Instituto de Acção Social, com técnicos de assistência social, psicólogos, nutricionistas, animadores, com vista a qualificar o tipo de resposta junto dos mais velhos.Equipas estas concentradas nas cidades de Ponta Delgada, Horta e Angra do Heroísmo, no sentido de apoiar as instituições com pessoal em acolhimento - lar ou residência -, apoio ao domicílio e centro de convívio de idosos, aponta Andreia Cardoso ao Açorianos Oriental. Hoje estão em curso um conjunto de investimentos para os idosos, designadamente a implementação progressiva do alargamento do tempo de serviço de apoio ao domicílio e, por outro lado, a criação de pequenas residências nas zonas rurais, indica a titular da pasta da Solidariedade e Segurança Social.Outro dos seus objectivos, passa igualmente por garantir a prestação de apoio ao domicílio durante o fim-de-semana, meta esta que a directora regional espera atingir em breve, garante ao Açoriano Oriental.E com a criação da rede de cuidados continuados e integrados, Andreia Cardoso acredita que as novas soluções poderão aprofundar o planeamento e coordenação ao nível dos serviços de apoio que, para além dos cuidados de saúde, prevêem ainda a alimentação e higiene, especialmente vocacionadas para a terceira idade.Com a introdução do sistema integrado, a Direcção Regional da Solidariedade e Segurança Social pretende abranger agora os idosos espalhados por todas as ilhas. Actualmente, os cuidados continuados já chegam a mais de 150 idosos, enquanto na área da acção social são já mais de oito mil.Recorde-se que em 2004, cerca de 32 mil cidadãos idosos residiam nos Açores, segundo relatório da Provedoria da Justiça acerca do funcionamento dos lares de terceira idade, o correspondente, aproximadamente, a 13% de uma população de 242 mil habitantes.Nessa altura, o arquipélago dispunha de 24 lares de terceira idade, acolhendo 919 idosos, o que correspondia a 2,87% da população com 65 anos ou mais, em oito das nove ilhas da Região, com excepção do Corvo, única ilha onde não existe estrutura do género.São lares geralmente de propriedade de instituições particulares de solidariedade social, nomeadamente as Santas Casas da Misericórdia. Até 2004 não haviam lares de idosos públicos.
(jornal Açoriano Oriental)

Boas intenç

Região vai ter rede de cuidados continuados e integrados
Regional 2007-10-01 08:01
Está a ser apreciado um diploma que visa a criação de uma rede de cuidados continuados e integrados dirigida aos idosos de todas as ilhas
A ideia passa por conferir uma maior articulação e agilização de respostas entre os serviços de Saúde e da Segurança Social através das instituições particulares de solidariedade social.De acordo com a directora regional da Solidariedade e Segurança Social, Andreia Cardoso, esta será a melhor forma de chegar aos idosos mais dependentes, permitindo que estes possam permanecer em casa o maior tempo possível com maior qualidade de vida.É que, entretanto, nos últimos três anos, os idosos açorianos têm vindo a ser assistidos por via da rede destinada a cidadãos com necessidades especiais. Foram criadas equipas multidisciplinares especializadas, pelo Instituto de Acção Social, com técnicos de assistência social, psicólogos, nutricionistas, animadores, com vista a qualificar o tipo de resposta junto dos mais velhos.Equipas estas concentradas nas cidades de Ponta Delgada, Horta e Angra do Heroísmo, no sentido de apoiar as instituições com pessoal em acolhimento - lar ou residência -, apoio ao domicílio e centro de convívio de idosos, aponta Andreia Cardoso ao Açorianos Oriental. Hoje estão em curso um conjunto de investimentos para os idosos, designadamente a implementação progressiva do alargamento do tempo de serviço de apoio ao domicílio e, por outro lado, a criação de pequenas residências nas zonas rurais, indica a titular da pasta da Solidariedade e Segurança Social.Outro dos seus objectivos, passa igualmente por garantir a prestação de apoio ao domicílio durante o fim-de-semana, meta esta que a directora regional espera atingir em breve, garante ao Açoriano Oriental.E com a criação da rede de cuidados continuados e integrados, Andreia Cardoso acredita que as novas soluções poderão aprofundar o planeamento e coordenação ao nível dos serviços de apoio que, para além dos cuidados de saúde, prevêem ainda a alimentação e higiene, especialmente vocacionadas para a terceira idade.Com a introdução do sistema integrado, a Direcção Regional da Solidariedade e Segurança Social pretende abranger agora os idosos espalhados por todas as ilhas. Actualmente, os cuidados continuados já chegam a mais de 150 idosos, enquanto na área da acção social são já mais de oito mil.Recorde-se que em 2004, cerca de 32 mil cidadãos idosos residiam nos Açores, segundo relatório da Provedoria da Justiça acerca do funcionamento dos lares de terceira idade, o correspondente, aproximadamente, a 13% de uma população de 242 mil habitantes.Nessa altura, o arquipélago dispunha de 24 lares de terceira idade, acolhendo 919 idosos, o que correspondia a 2,87% da população com 65 anos ou mais, em oito das nove ilhas da Região, com excepção do Corvo, única ilha onde não existe estrutura do género.São lares geralmente de propriedade de instituições particulares de solidariedade social, nomeadamente as Santas Casas da Misericórdia. Até 2004 não haviam lares de idosos públicos.