César mandou tocar os sinos, para chamar os fiéis para a liturgia política. Ele será o celebrante, acolitado, embora, por muitos sacerdotes, meninos de coro, membros de confrarias e comissões.
E o cortejo ainda não chegiou ao adro!...
Nos salões, vão reunir, algumas vezes, os membros das irmandades. Proporão medidas e farão juras de apoio desinteressado e incondicional à causa.
Após as férias estivais, haverá a grande festa, com arraial, recolha dos compromissos eleitorais e o tradicional sermão político, seguido de aplausos e de vivas!
Cerimonial idêntico, terão outras irmandades políticas, todas elas com juras de conversão ao povo e de fidelidade aos compromissos anunciados.
César tomou a dianteira, mas Costa Neves, Lima, Aníbal Pires, e alguém do BE, marcarão datas para as suas celebrações e respectivos cortejos...
Para que as festas corram bem e o povo goste, importa prepará-las: contratar as bandas, os artistas, as luzes, as bandeiras, as taças e os melhores lugares para os dedicados e indefectíveis. É que atrás do pálio, estão reservados, lugares para os segundos protagonistas que, vestidos de opas vermelhas e armados de varas, assumem, publicamente, o bom desempenho da festa.
Afinal, o cerimonial do poder cívico é uma réplica da liturgia católica!...
Quão difícil é "dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus"!...
1 comentário:
A política nos Açores tornou-se de facto um pequeno circo de bairro, montado num palanquim, onde meia dúzia de maus artistas, tentam a todo o custo parecer o contrário. Mimos e bimbos aplaudem, por entre os foguetes, os bombos e as favas ricas com inhame.
Enfim ... um pranto.
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