O alerta de M. Soares

O ex-presidente da República publica hoje no Diário de Notícias um artigo muito interessante sobre a situação política portuguesa, que dá que pensar.

Dizendo-se “ um velho político, retirado mas atento, que sempre teve fama de optimista... “ Soares faz uma lúcida e interessante análise sobre a situação política actual e não deixa de apresentar ao Primeiro Ministro e lider do PS um conjunto de sugestões para recuperar os votos de protesto, perdidos nas últimas eleições europeias.

Um artigo que recomendo vivamente e que pode ser lido aqui.

Foto retirada daqui

Os telhados de vidro de Manela

Manuela F.Leite afinal esqueceu o seu passado e agora é a fuga para a frente à conquista do poleiro e do poder a qualquer preço.
Hoje Henrique Granadero no jornal i vem avivar a memória da mulher considerada impoluta, que ouve, segue e se curva perante o pai e ambicioso Cavaco.
Convém citar o jornal na sua edição de hoje.

"Fiquei de facto muito surpreendido com as duas intervenções da senhora presidente do PSD", disse ontem ao i Henrique Granadeiro. "Primeiro com a sua preocupação da defesa dos accionistas da PT, pondo em causa o interesse de um negócio que não se fez e cujos termos não conhecia. Depois pelo receio de a PT poder vir a intervir na autonomia editorial de um grupo de comunicação social", pormenorizou o chairman da PT. O zelo manifestado por Ferreira Leite quanto à possível instrumentalização política da PT, leva mesmo Granadeiro a ironizar. "Já parecem esquecidas as tentativas de intervenção do governo do PSD na Lusomundo Media, que levaram à minha demissão", recorda, recuando à sua saída, em 2004, da presidência executiva da subholding do grupo PT que agrupava os meios de comunicação então detidos pela operadora - TSF, "DN", "JN", "24horas" e "Tal&Qual".
(texto e foto daqui)

Uma maioria, um governo, um Presidente?

Cavaco Silva irá marcar eleições legislativas, coincidentes com as autárquicas, como pretendia o PSD?
Cavaco não é militante, mas é simpatizante da sua antiga Ministra mas pretende que ela chegue a São Bento para poder continuar, em Belém, a exercer o poder.
Ontem, pediu transparência à PT na compra da MEDIA CAPITAL. Hoje, Sócrates disse que o Governo está contra o negócio. Ontem Cavaco lamentou a desistência de Jorge Miranda, considerando ser mau para a democracia. Hoje, PS e PSD apresentam Alfredo de Sousa e todos os partidos aplaudem.
Nos próximos tempos, Cavaco marcará a agenda política, sobretudo quando o governo estiver em gestão.
Favorecerá assim, quaisquer gaffes de MFL que, já afirmou, ir romper com todos os compromissos sociais e financeiros do actual governo.
Nos Açores, CCésar tem razões para estar preocupado. Uma vitória de MFL e de Berta Cabral constitui um revés grave que o atormentará durante a presente legislatura e o afastará de novo mandato.
Se é certo que as eleições legislativas pouco pesam no eleitorado açoriano, pois os Açores tem o seu auto-governo, o efeito PSD nos Açores pode estragar as espectativas de o PS conseguir o maior número de Câmaras.
Cavaco constitui, por isso, uma ameaça descarada à esquerda - toda ela! - e à autonomia açoriana.
Oxalá os açorianos compreendam que a velha máxima: uma maioria, um governo e um Presidente é um objectivo latente que não augura nada de bom. Será que o eleitorado percebe a diferença?
(imagem retirada daqui)

A minha explicação sobre a Marcha

No meu último post, afirmei que a marcha das Sanjoaninas tinha pecado pela côr alaranjada, cuja conotação ouvi referida pelo conhecido actor Octávio de Matos. Referi também o colorido das marchas de Sto António que, este ano, primaram, ao contrário do que era usual, nos adereços, na alegre e vistosa policromia da indumentáriae dos temas desenvolvidos.
Vários comentadores protestaram, alegando que o tom laranja se adequava ao tema deste ano: o sol e tudo quanto a ele se associa.
Nesta conformidade, julgo que seria muito mais apelativo e interessante integrar também as cores da natureza que resultam da influência do sol. Apenas isso, independentemente de saber os custos de um traje, suportados, com gosto, por cada um dos elementos da marcha.
Julgo que os terceirenses já provaram as suas capacidades criativas que não questiono, antes relevo, mas terão também de ter a modéstia e a simpatia que são seus apanágios para aceitar opiniões diferentes. Eles que, nos Açores, tão bem sabem receber e fazer a Festa - a festa popular!
Oxalá as Sanjoaninas sejam mais um momento de afirmação da açorianidade!
Estamos conversados!

Tanta laranja para quê?A marcha das Sanjoaninas passou despercebida em Lisboa

A noite das marchas de Sto António de Lisboa foi aberta com a alaranjada Marcha das Sanjoaninas. (António Costa e César deverão ter ficado com risos amarelos, perante tão descarada assumpção partidária!...)
A Sic, que transmitiu o evento, não esperou, nem explicou quem tomou a dianteira da noite e, quando o fez, referiu apenas que a marcha da terra do Pauleta (como se o Pauleta fosse da Terceira ou de Angra) "já se foi".

Uma falta de profissionalismo a que já estamos habituados e que não podemos calar.
Foi uma noite alegre, quente de convívio presenciada por Carlos César que esteve na tribuna de Honra, ao lado do seu correligionário António Costa - Presidente da Câmara de Lisboa.
Foi pena que a indumentária terceirense não envergasse cores mais garridas e mais em voga.
Tanto Laranja, não resultou!
Não se diga que as Marchas de Lisboa pararam no tempo. Antes pelo contrário, se continuarem assim, para o ano, veremos um Bairro Lisboeta desfilar na Rua da Sé, pelas Sanjoaninas, ensinando como o tempo não pára e se dança na Avenida da Liberdade!...

A derrota de César e a reflexão que se impõe

Carlos César foi o grande derrotado das eleições europeias.
Desvalorizou os adversários e, ao contrário do que seria correcto - apoiar e valorizar sobremaneira Luís Paulo Alves, que tal como Casaca fará o seu trabalho, independentemente do cabeça da lista do PS - afastou-se para os Estados Unidos e Canadá, quando poderia ter ido apenas às comemorações do Dia dos Açores.
César perdeu em oito ilhas e arrisca-se a perder alguns dos tradicionais municípios.
Enviar recados a Lisboa e ao partido quando se ganha por maioria absoluta é fácil.
Agora, face a uma estrondosa derrota, perde-se a razão quando se alega a figura do cabeça de lista. Esta derrota, retira força política a César, ao PS-Açores-
É preciso se dê o exemplo em casa. E essa prática falta ao líder socialista, pois a história recente da autonomia tem um exemplo de que todos se recordam.

Oxalá os dirigentes socialistas, façam uma reflexão séria sobre as causas do descalabro e inflitam procedimentos de altivez e auto-convencimento que não se conformam com a simplicidade e a humildade de quem serve, temporariamente, o bem-comum e a democracia em funções governativas.
Oxalá o Espírito Santo (ver imagem tirada daqui ) infunda sobre César os seus dons, nomeadamente a sabedoria e o entendimento, para que possam governar bem e a bem de todos.

Nenhuma notícia ainda sobre Genuino

Genuino Madruga, navegador solitário açoriano e o segundo português a dar a volta ao mundo, regressou às 14h00 (hora local)de hoje às Lajes do Pico, acompanhado de várias embarcações, nomeadamente uma corveta da Armada Portuguesa.
Atá ao momento nenhum meio de comunicação social nacional: jornal, rádio ou TV, Lusa, referiu esse feito histórico. Antes preferiram continuar a informar o que se passa lá por fora e a falar de futebóis.
E depois não querem que sejamos autónomos ferrenhos!...
(foto de José Serra enviada por Tlm )

O espírito do 6 de Junho mantem-se!

A 6 de Junho de 1975, os micaelenses manifestaram-se em Ponta Delgada, reclamando um poder mais próximo para resolver as dificuldades que então se vivia.
Estávamos num período revolucionário. Os açorianos, que durante o regime fascista "resolveram" as dificuldades de vida emigrando para os Estados Unidos e Canadá (à razão de um milhar por mês) caminhavam, perigosamente, para a desertificação. E os que ficavam, não viam futuro.
Impunha-se uma tomada de posição firme, para que Lisboa, descentralizasse o poder e se encontrasse novos rumos, para o futuro dos Açores.
Uns gritaram: Independência!, outros Autodeterminação!, mas todos pretendiam ver os Açores mais desenvolvidos, em liberdade, estabilidade, justiça e segurança.
Há quem pretenda associar a maior manifestação popular açoriana, jamais vista, a grupos direitistas, anti-comunistas e independentistas. Seguiram-se prisões arbitrárias...
Foi, antes de mais, um protesto público, um levantar a voz perante o centralismo lisboeta, cujo horizonte raramente ultrapassa a barra do Tejo.
O grito valeu a pena e repertir-se-á quando os direitos do povo açoriano voltarem a ser violados!
(imagem retirada daqui, com a devida vénia)

Estará lá alguém dos Açores?

Será que estará lá alguém responsável pelo estudo e implementação do turismo religioso nos Açores? Se não, por que esperamos para acertar o passo com outros destinos religiosos com santuários?
De 4-6 Junho: Congresso sobre Turismo religioso em Fátima

O II Congresso Ibero-Americano de Destinos Religiosos / V Congresso Internacional de Cidades-Santuário, decorrerá no Santuário de Fátima, nos dias 4, 5 e 6 de Junho.

É uma iniciativa da Câmara Municipal de Ourém, a que se associam o Santuário de Fátima, a Entidade Regional de Turismo – Pólo de Desenvolvimento Turístico Leiria/Fátima, a ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima e o Centro de Investigação Identidades e Diversidades do Instituto Politécnico de Leiria.
Do programa constam:

Uma intervenção de Paul Claval, Professor Emérito da Universidade de Paris IV (Sorbonne), intitulada “Deslocação e destino: dinâmicas comparadas da peregrinação e do turismo”. Segue-se uma intervenção de Myra Shackley, Professora da Nottingham Trent University (Reino Unido), com “Gerindo os visitantes dos destinos de peregrinação do Séc.XXI: acessos, equipamentos e infra-estruturas”.

Após estas duas intervenções haverá uma pausa para café, seguida de uma intervenção de Xosé Manuel Santos Solla, Titular de Geografia Humana na Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), que abordará “A gestão dos destinos de turismo religioso: o caso de Santiago de Compostela", ao que se seguirá a pausa para almoço.

Da parte da tarde duas mesas redondas sobre “Problemas e desafios na gestão dos destinos de turismo religioso e peregrinação"e "Acolhimento de públicos diferenciados em lugares sagrados" darão continuidade aos trabalhos até ao jantar oficial.

No segundo dia de trabalhos, Dallen J. Timothy, da School of Community Resources and Development, Arizona State University, (EUA), abordará os “Mercados antigos e novas procuras: destinos de peregrinação para turistas culturais”, seguido por Noga Collins-Kreiner, professora da Universidade de Haifa (Israel) que falará sobre “Entre a peregrinação e o turismo: organização, gestão e promoção de espaços partilhados”.

Uma pausa marcará uma segunda fase de trabalhos, onde Cristina Teresa Carballo, Professora da Universidade de Luján (Argentina), abordará “A força do sagrado e as práticas de peregrinação como territórios dinâmicos - Argentina”.

Duas mesas redondas completarão o dia. Serão elas "Promoção e preservação de arte e património em destinos turístico-religiosos" e "Desenvolvimento sustentável dos lugares de acolhimento religioso".

O terceiro dia de congresso é marcado por visitas à região.

Informação detalhada sobre o Congresso, em http://congressofatima2009.cm-ourem.pt/.

Afinal há três contemplados

Ao contrário do que afirmámos ontem, com base na lista divulgada pela página da Presidência da República, Cavaco vai conceder três comendas aos Açores:
A Mons. Weber M.Pereira, de São Miguel, ao cantador popular terceirense João Angelo e ao Fayal Sport Clube.A notícia vem na edição imprensa do Açoriano Oriental de hoje.
Porque é que estas pessoas e instituições não foram associadas à lista nacional, é questão que desconhecemos, mas seria bom que houvesse o mesmo tratamento dos homenageados continentais, que mais não fosse para a Comunicação social nacional também divulgar os seus nomes. OU somos cidadãos de segunda?
Será que o assessor presidencial Fernando Lima, picoense de nascença, já se esqueceu das suas raízes?

As honrarias de Cavaco não chegam aqui

Foram hoje conhecidas as personalidades e instituições que vão ser agraciadas pelo Chanceler das ordens honoríficas da República.
São 36 e nenhum é dos Açores, segundo se pode ver aqui.
Desconhece-se se o Presidente português, através do Representante da República, terá alguma contemplação com pessoas e instituições - que as temos também - açorianas.
A não ser assim, pode concluir-se que ao contrário do que sucedeu até agora, Cavaco deixará para a Assembleia Regional o reconhecimento público do mérito.

É uma forma de contestar o "atrevimento" de exercer uma competência que só ao Chanceler das ordens portuguesas dizia respeito e que agora se exerce com a Autonomia e a descentralização do país.
Ao fim e ao cabo, à excepção de alguns políticos da cor, os condecorados açorianos nunca atingiram o topo das ordens. Se fossem continentais, entravam nos tops, como facilmente se provou ao longo dos anos.

E os separatistas somos nós?!!!...

Açores, Sempre!!! (2)- n'A Máquina do tempo

Uma história da auto-afirmação e da auto-determinação do povo açoriano, foi esta tarde levadaà cena nas portas do Mar, pelo Grupo de Teatro Máquina do Tempo.

Durante hora e meia, os actores amadores, acompanhados de três belíssimas cantoras, contaram a história da resistência ao centralismo lisboeta e as lutas que com ele travaram.

Estas ilhas, constantemente abaladas pela força da natureza e pela intransigência dos poderosos, continuam a afirmar a LIVRE ADMINISTRAÇÃO DOS AÇORES PELOS AÇORIANOS, no seguimento do lema de Ciprião de Figueiredo: ANTES MORRER LIVRES QUE EM PAZ SUJEITOS!
A minha homenagem às entidades que proporcionaram esta feliz iniciativa e ao MÁQUINA DO TEMPO.

Açores, Sempre!!!

Carlos César adverte país político para atentar na dimensão atlântica que os Açores conferem a Portugal.

Foi ontem, em Toronto, Canadá, na cerimónia evocativa do Dia da Autonomia.
César, tal como antes o fazia Mota Amaral, percebeu há muito que da parte dos políticos nacionais é “uma urgência a compreensão, pelos políticos nacionais, da evidência da qualidade estratégica do investimento e da valorização dos territórios portugueses insulares atlânticos.”
Razão tem José d'Almeida, lider da FLA, quando diz que os açorianos não são anti-Portugal, mas o país-rectangulo, tarda em perceber, após a dolorosa descolonização, que a unidade se forma na diversidade e não na unicidade.